segunda-feira, 16 de maio de 2011

treino no rio...ou melhor, no esgoto

boa tarde pessoal!

não escrevo há um tempo, desculpem o sumiço, mas aquela vidinha de Rio de Janeiro em maio não tem muitas novidades.. dia das mães, aniversários.. chuva, muita chuva!

Maio é um mês complicado
para os treinos na Baía de Guanabara: o vento não ajuda e a água é bastante suja por causa das chuvas

Por falar nisso,
depois de ter velejado um mês nas águas congelantes e cristalinas européias, foi um choque voltar à velha Baía de Guanabara. Acho que todas as vezes que eu volto de uma temporada de treinos e competições para velejar em casa tenho a mesma sensação- e olha que eu viajo muito. Não á a primeira vez que ao pisar no clube senti um desânimo imenso ao ver o espelho d'água coberto pelos restos que a cidade produz: todas as possíveis e imagináveis formas de utilizar os derivados do petróleo estão expostas nas águas da Baía de Guanabara, sacos plásticos, cadeiras plásticas, bonecas plásticas, sandálias plásticas, bolas, camisinhas, mesas plásticas, botas, pneus, baldes, pedaços de coisas indecifráveis. Sem contar os milhares de tipos diferentes de embrulhos e pacotinhos: de chocolate, bala, doce, chiclete, salgadinho, camisinha- não sou obcecada pela camisinha e seus usos, mas a recorrência desse "utensílio" na grande exposição flutuante é de fato muito marcante! Acho que poderiam fazer um estudo sobre a eficácia das propagandas sobre a Aids e o uso da camisinha como método preventivo observando as águas da Baía.

Isso sem falar nos pedaços-de-madeira-não-provenientes-de-mangues-ou-florestas-das- margens que também marcam presença..bambus, pedaços de barcos, pedaços de...nem sei o que mais!

De qualquer maneira, se as coisas continuarem assim não vou ser só eu quem vai reclamar, e sim os atletas do mundo inteiro que serão obrigados a velejar na Baía no próximo ciclo olímpico, porque afinal de contas, o esgotão vai sediar as competições de Vela dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Se nada for feito, vamos ter que ouvir explicações do tipo "estava ganhando a regata mas fiquei preso em um saco plástico e 6 velejadores me passaram enquanto tentava me livrar"

A única coisa que me tranqüiliza é que o nosso anjo da guarda carioca Sr. Batista é o atual dono da Marina da Glória e como ele, diferentemente de alguns de nossos governantes, tem um olhar voltado para o futuro, já deve ter incluído em seu projeto para a reforma do espaço alguma medida de precaução contra a poluição. E se não estiver, vai a dica.

Enfim, acaba aqui meu desabafo.

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