quarta-feira, 18 de maio de 2011

treino em santander

Olá a todos!
Aqui estou eu mais uma vez escrevendo da Europa!

Desta vez estou em Santander,
no norte da Espanha. Fui convidada para participar de um training camp que a espanhola organizou por aqui, com a presença também de mais três outras velejadoras, da Finlândia, de Hongkong e da Hungria.

O esquema de treino aqui é impressionante,
não é à toa que a equipe de vela da Espanha é uma das melhores do mundo. Para começar, estamos alojadas em uma espécie de galpão super moderno e super bonito, bem pensado e construído. Nesse espaço funciona a Federação Espanhola de Vela, a fisioterapia, o escritório do preparador físico, tem quartos com alojamento, cozinha, vestiário assim como salas de conferência e, é claro, o próprio espaço para guardar os barcos e botes.

Os treinos são realizados
tanto dentro d'água quanto fora, com sessões de corrida e natação, tudo programado pelo técnico espanhol que está detalhado em uma planilha que nos foi entregue no começo da semana. Na água, o treino é bastante variado, com exercícios físicos, regatinhas, teste de velocidade e manobras. Esse treino é filmado e depois discutido, com analise do conteúdo filmado e com comentários sobre quem estava velejando melhor, quem tinha a melhor técnica, que fez a melhor estratégia, etc.

Não vou entrar muito em detalhes,
senão não vou conseguir captar a atenção de vocês, mas é impressionante como a federação espanhola é eficiente, é impressionante como o treino é profissional, é impressionante como para eles isso tudo é muito normal.

No Brasil,
há 7 anos velejando com três técnicos diferentes nunca vi coisa parecida. Velejar sozinha, sem boias, sem técnico, sem ninguém é simplesmente inadmissível. Disso eu sempre soube mas depois dessa experiência fantástica, me impressiona como a vela no Brasil se aproxima mais do amadorismo do que qualquer outra coisa. E não digo isso culpando os atletas, pelo contrário, os parabenizo por velejarem nas condições que velejam e mesmo assim conseguirem resultados surpreendentes.

Acho que para essa situação algumas frases se aplicam,
ou "Deus é brasileiro"
ou "brasileiro não desiste nunca"
ou "santo de bêbado é forte."

obs.: por favor, não entendam bêbado como os atletas que treinam alcoolizados em sim como atletas que apesar de tudo conseguem fazer as coisas funcionar.

é isso!
espero apresentar uma fotinho da próxima vez!
beijos

segunda-feira, 16 de maio de 2011

treino no rio...ou melhor, no esgoto

boa tarde pessoal!

não escrevo há um tempo, desculpem o sumiço, mas aquela vidinha de Rio de Janeiro em maio não tem muitas novidades.. dia das mães, aniversários.. chuva, muita chuva!

Maio é um mês complicado
para os treinos na Baía de Guanabara: o vento não ajuda e a água é bastante suja por causa das chuvas

Por falar nisso,
depois de ter velejado um mês nas águas congelantes e cristalinas européias, foi um choque voltar à velha Baía de Guanabara. Acho que todas as vezes que eu volto de uma temporada de treinos e competições para velejar em casa tenho a mesma sensação- e olha que eu viajo muito. Não á a primeira vez que ao pisar no clube senti um desânimo imenso ao ver o espelho d'água coberto pelos restos que a cidade produz: todas as possíveis e imagináveis formas de utilizar os derivados do petróleo estão expostas nas águas da Baía de Guanabara, sacos plásticos, cadeiras plásticas, bonecas plásticas, sandálias plásticas, bolas, camisinhas, mesas plásticas, botas, pneus, baldes, pedaços de coisas indecifráveis. Sem contar os milhares de tipos diferentes de embrulhos e pacotinhos: de chocolate, bala, doce, chiclete, salgadinho, camisinha- não sou obcecada pela camisinha e seus usos, mas a recorrência desse "utensílio" na grande exposição flutuante é de fato muito marcante! Acho que poderiam fazer um estudo sobre a eficácia das propagandas sobre a Aids e o uso da camisinha como método preventivo observando as águas da Baía.

Isso sem falar nos pedaços-de-madeira-não-provenientes-de-mangues-ou-florestas-das- margens que também marcam presença..bambus, pedaços de barcos, pedaços de...nem sei o que mais!

De qualquer maneira, se as coisas continuarem assim não vou ser só eu quem vai reclamar, e sim os atletas do mundo inteiro que serão obrigados a velejar na Baía no próximo ciclo olímpico, porque afinal de contas, o esgotão vai sediar as competições de Vela dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Se nada for feito, vamos ter que ouvir explicações do tipo "estava ganhando a regata mas fiquei preso em um saco plástico e 6 velejadores me passaram enquanto tentava me livrar"

A única coisa que me tranqüiliza é que o nosso anjo da guarda carioca Sr. Batista é o atual dono da Marina da Glória e como ele, diferentemente de alguns de nossos governantes, tem um olhar voltado para o futuro, já deve ter incluído em seu projeto para a reforma do espaço alguma medida de precaução contra a poluição. E se não estiver, vai a dica.

Enfim, acaba aqui meu desabafo.

domingo, 1 de maio de 2011

de volta para casa!

Oi pessoal!
Acabou o campeonato e eu nem vim contar como foi... sorry!

Bom,
no final das contas, fiz ótimas regatas, no ultimo dia fui a brasileira com a melhor média, com um 3 e um 5 lugares. As regatas foram realizadas com 6 nós, vento que eu consigo uma velocidade superior a do pessoal da flotilha. Além disso, com uma nuvem de chuva se aproximando, o vento estava bastante inconstante e difícil de prever. Velejei muito bem, trabalhei as rondadas pelo meio da raia, sem procurar os extremos como a maioria das meninas fez.

Terminei o campeonato em 12,
sendo a terceira melhor colocada da equipe do Brasil, atrás apenas da tripulação do Star, Robert Scheidt e Bruno Prada e do pessoal do 49er, Bochecha e Marco Grael. Ano passado terminei esse mesmo campeonato em 12, mas com o número comparativamente reduzido de competidoras, 36 meninas, enquanto neste ano eram 76.


Bom,
agora de volta no Rio vou me recuperar do cansaço das competições, comer comida decente, e trabalhar a parte física pesado.

beijos e até a próxima!

vai uma foto das velhas mas das boas: